Abriu o tempo para novas idéias.

Caderno

Eu levo meu caderno para todos os lugares. Minha intenção é escrever quando tenho inspiração, é desenhar, pintar, distrair-me quando não há o que fazer. O problema é que nunca faço isso, nele só escrevo listas de tarefas, trabalhos, coisas importantes à lembrar e estresses diários.
Me dei conta de que ele é um peso a mais na minha vida, literalmente, e que no fim não me sobra tempo de ser mais artística.
Para escrever só é preciso um papel qualquer, como tantos outros que já usei, e caneta, mas é claro, também podemos trocar essa dupla por outras menos convencionais como lápis e guardanapo (nenhum preconceito). O resultado final pode ficar ainda melhor com pouquíssimos recursos. Quando a inspiração vem é preciso captá-la e de certa forma inclusive agarrá-la para que quem saiba você possa fazer algo de que goste e mesmo que não goste, ao menos entreter-se. Parar um momento e criar é magico, é uma conversa consigo mesmo e com o mundo, fundamental.

É muito fácil não ter o que dizer, mais fácil ainda é não ter o que fazer. Difícil mesmo é pensar, pensar depois da palavra já dita (ainda que na amarga inocência). Agir depois de um ato insolene. Ter o sentimento de culpa.

Às vezes a melhor opção é não pensar. No limite entre o sentimento humano e o pensamento pode haver um remorso.

Eu faço críticas, sei que faço, mas não resisto. Sei que vou falar mal, raramente também falo bem.

Direi coisas que não irão agradar, talvez algumas que vão até concordar.

O que eu quero mesmo não é ouvir comentários bobos, sou de receber e emitir informação preciosa. Por isso não vou aceitar e aturar qualquer coisa, pessoas que não pensam e não querem pensar.

A falta de vontade é que esculhamba a nossa vida. A Sociedade está afim de bagunçar. Contudo não serei idiota a ponto de não criticar.

A intenção é só melhorar, dar soluções, criticar e construir. Para arrumar essa bagunça, é preciso gente que saiba ouvir, e outras que tenham a coragem de se expor.

As pétalas de dor se espalham pelo jardim
como perfume de morte.
As cores que eram vivas, se penduraram
num último fio de esperança.
E toda alegria que se sentia,
hoje, é apenas alergia
impreguinada de caos,
confusão, e paranóia falsa
a todo instante.

A doce pele que era doce,
tão doce que não se sentia como,
se tornou pétala àspera
e amarga.
Porém ainda assim,
soltada na natureza
foi.

Se foi. Se deixou, e com vida,
a verdadeira vida, nos tocou.
Os sentidos das palavras e ações,
são turbilhões que mudam,
e mudaram. E voltam.
E deixam. E morrem.
E vivem. E volta.
E gira.

Precisa-se de ajuda,
porém quem irá ajudar?
Só resta si mesmo,
com multiplas personalidades,
para poder crescer.
E voltar.
E a flor, novamente a flor,
pode vir nos visitar.
Regue o vaso,
e o prepare,
e espere.
Até novamente poder de lá tirar pétalas.
Aquelas que um dia
poderão ser com cor e perfumes
novamente lindos.

Algumas pessoas, como eu e você, não se encaixam em apenas um lugar. Não se acomodam. Não é simplesmente vontade de conhecer novos ares, nem ter férias ou viajar.

Muito mais que isso. É paixão inexplicável pela natureza e curiosidade divina de saber, explorar e entender. Reconhecendo as diferenças e igualdades, posso dizer e creio que realmente somos cidadãos do mundo. A nossa vontade é presenciar os mais diversos fenômenos sejam eles naturais ou culturais.

Percebemos que nosso corpo e alma transcendem com a vida, e o conhecimento nos torna mais harmoniosos com o que está em torno de nós. Ao mesmo tempo em que nos sentimos tão pequenos diante das belezas da vida, reconhecemos nossa força e poder de mudar muito, poder esse que somente nós temos. Somos tão únicos como cada parte desse planeta. E eu sei que cada sonho que temos vem com uma vontade gigantesca de ver o mundo melhor.

Ar

O sopro,
o frio que eu sinto na pele.
Calafrio do corpo.
Movimento dos pêlos.
É o ar, é o vento.

Eu não sei onde estou.
Também não quero saber.
Só fechar os olhos me interessa.
Estou num mundo de AR.

O tempo e seu passar

E o tempo passa

e a gente brinca

e a gente estuda

e vê o tempo passar.

 

Entre os dedos

vê ele brincar.

 

Ele se esconde e

eu como simples humano,

tento procurar.

 

Procuro sobre a paisagem,

com um triste olhar,

a procura de o tempo passar.

 

Sobre a via,

a via que passa

e que corre.

O tempo passa

e se esconde.

 

Não haverá mais procura,

porém ainda haverá a

solidão

de um tempo que ainda

não veio,

de uma esperança

de uma passada

que há de existir.

Manifestação

Manifestação

Como é bom ouvir esse som,

do seu grito de ação

da sua fúria incontrolável

que exige respeito e liberdade.

Aqui agora se faz presente,

Sua voz cheia de fatos,

Que descontente,  quer mudanças.

Suas justas exigências ,

Querem atenção.

Um outro olhar para situação.

Sendo no mínimo válida a discussão.

Você quer mais.

Em busca de respostas,

Quer solução.


Ôh meu Brasil…

Ô meu Brasil, não faça isso comigo…
Sei, sei que está longe do você pode ser…
Está bem claro, como no jornal de hoje já diz, o que eu sempre soube e já falei.
A educação está em falta, o poder reina, o dinheiro manda, a violência anda comendo solta, e quem não é trouxa obedece, cadê a solução? Com esse desperdício todo em suas mãos! Será que não te entristece, saber que seus passos são curtos e esparsos, sem direção, sem te levar até lá?
Mais me parece que não há vontade que te faça ver o caminho e crer o quanto acreditamos em você.
Nós já sabemos que você pode mais, então o que falta? Esperança tem de sobra em nossa voz.

O meu cantar virou fumaça

Esse foi um texto que fiz inspirada no incêndio do dia 07 de fevereiro que ocorreu faltando menos de 1 mês antes do carnaval desse ano no qual 4 barracões da cidade dos samba queimaram, entre eles os das escolas União da Ilha, Portela e Grande Rio. Minha inspiração foi voltada para a escola União da Ilha, pois é o bairro que perteço e por isso tenho um carinho especial. Gostaria de frisar também a minha enorme felicidade ao saber que o desfile da União foi lindo, tendo a escola recebido inclusive o Estandarte de Ouro de melhor enredo e melhor puxador do Carnaval 2011.

O meu cantar virou fumaça

No fogo foi-se o brilho de nossa beleza. E como nem tudo são dores ou flores acendeu-se também um brilho de imensa esperança.
A alma não se acaba, e nossa reviravolta será um novo cantar, um novo dançar e uma outra alegria, com mais garra e mais suada, mais trágica, porém não menos bonita.  Esse ano o carnaval será diferente, mas na avenida só haverá festa, comemoração por termos passado por mais essa etapa, mais essa barreira, mais essa tragédia, essa será a prova da nossa força. Seja como for, a vida continua, vamos pra frente, sorrindo. Esse foguinho pra gente não é nada, fluiu e foi embora como água.
Carnaval é só isso.

Meu cantar virou fumaça,
A vida agora mudou
Em meio a tanta tristeza,
Esperança renovou.

A chama da nossa escola,
Tradição de nossa bandeira,
Queimou nossos corações com brasa.
Esse fogo!!! O fogo de amor que ainda vive.
Nem água apaga.

As cinzas de dor,
Foram superadas pelo fervo do nosso amor.
E unindo nossa alegria, a vida nós celebramos,
Sempre persistindo no novo, de novo, outra vez.